segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Quando nascemos nao vimos preparados para sofrer, e nem sete anos depois eu aceitei que isso iria fazer sempre parte da minha vida, mesmo estando a passar pelo pior pesadelo possível, ate então. E hoje, passados mais sete anos e depois de ter perdido muito mais, neste curto período de tempo, ainda não custa a acreditar que o pilar da família desapareceu.

Avó, mais uma vez tenho saudades tuas. Saudades de me perder contigo e tu o fazeres comigo, nestes últimos sete meses, depois do avô também ter partido, tenho ido algumas vezes lá a casa. Aquela pequena casa cheia de recordações está a perder tudo, os moveis, os bibelôs, as fotografias desapareceram, agora quando lá vou, apenas me sento numa das cadeiras da sala de jantar, olho para o lado direito e tenho o carrinho de chá, com que nos brincávamos, e a frente tenho o sofá, onde te sentavas enquanto eu cuidadosamente te penteava… durante 25 anos sempre foi uma casa alegre, e nos últimos anos, foi perdendo a alegria, até agora, se ter tornado numa casa ….

Sabes o que é que a mãe me disse no outro dia? “ aquilo era um grande amor, e é por isso que sei que estejam onde estiverem, estão bem. E, sabes porque? Porque estão juntos ! quando a tua avó se chateava com ele recusava-se a dormir com ele, e ia para o sofá. No entanto, de manha levava-lhe sempre o peq.almoço a cama, e não deixava de lhe fazer o almoço. A tua avó também achava que dormir a tarde era uma perda de tempo, enquanto que o avô gostava bastante, por isso, a avó ia passear para a baixa e depois todos os dias, a mesma hora e no mesmo local eles lá se encontravam para lanchar.” Sempre tomei especial atenção a maneira como cada um deles tratava do outro, era algo espontâneo, e disso ninguém tem qualque duvida.
Tenho saudades vossas, meus queridos ! agora tudo mudou, e sei que nada volta, muito pelo contrario, aos poucos tudo acaba por ir*

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